terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

AMOR DE GUEIXA


Por que, meu Deus, amo um amor tão desvairado?
O meu amor é pedinte sem guarida
Nasce e cresce todos os dias
E retorna ao meu seio quase sem vida.
O meu amor é humilde e carinhoso
Dá-se inteiro e tímido, em verso e prosa
Vive de olhares e palavras ambíguas
O espinho que recebe, ele transforma em rosa.
O meu amor é caudaloso
Para logo ser estancado
Não tem retribuição nem carinho
É um amor sozinho, abandonado.
É uma incógnita para mim, como resiste
Um amor tão doce, sem alimento
É infeliz, mais do que triste
Mas não deixa de amar um só momento.
Ele persiste simplesmente
Por vontade, por querer, por teimosia
O meu amor é fogo ardente
Que não se apaga frente ao vento
O meu amor vive sem alento

O meu amor é mais triste a cada dia.