Por que, meu
Deus, amo um amor tão desvairado?
O meu amor é
pedinte sem guarida
Nasce e
cresce todos os dias
E retorna ao
meu seio quase sem vida.
O meu amor é
humilde e carinhoso
Dá-se
inteiro e tímido, em verso e prosa
Vive de
olhares e palavras ambíguas
O espinho
que recebe, ele transforma em rosa.
O meu amor é
caudaloso
Para logo
ser estancado
Não tem
retribuição nem carinho
É um amor
sozinho, abandonado.
É uma
incógnita para mim, como resiste
Um amor tão
doce, sem alimento
É infeliz, mais
do que triste
Mas não
deixa de amar um só momento.
Ele persiste
simplesmente
Por vontade,
por querer, por teimosia
O meu amor é
fogo ardente
Que não se
apaga frente ao vento
O meu amor
vive sem alento
O meu amor é
mais triste a cada dia.